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AS FAMÍLIAS DE TOLSTÓI

Tenho uma profunda conexão com música e literatura. Desde muito jovem, mergulhei nos grandes clássicos, e certamente, toda essa riqueza de conteúdo moldou minha vida e minha arte.

A primeira vez que li Anna Karenina, de Liev Tolstói, fiquei fascinado pela frase de abertura, que revela um universo oculto por trás de uma aparente simplicidade: "Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira."

A contemporaneidade dessa afirmação me levou a refletir sobre minha própria família e outras com as quais mantenho um relacionamento próximo. Questionei como cada uma reúne seus elementos para a dor ou para a felicidade, como lidam com a inércia e os movimentos dos afetos, e como exteriorizam tudo isso.

Esses foram os marcos iniciais para o desenvolvimento do projeto AS FAMÍLIAS DE TOLSTÓI, que reúne trabalhos focados na intimidade da convivência desses núcleos humanos que sustentam as sociedades, servem de alicerces para a religião e são alavancas para a manutenção do Estado.

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Madame Pagu_2025_as mulheres que amei

AS MULHERES QUE AMEI

Se levantarmos a venda que cobre nossos olhos cotidianos, perceberemos como a violência contra a mulher tem sido tratada de maneira mais tangível recentemente. Aqui exploro esses espaços de discussão porque me sinto conectada a todas as mulheres que sofrem ou sofreram violência decorrente da misoginia disfarçada de amor. Essas relações são permeadas por sentimentos de desprezo, preconceito, repulsa e aversão a tudo que remete ao feminino, desregulando as relações humanas.

O projeto costura retalhos de inúmeras histórias diárias, atravessando a vitimologia e as ações do Estado que, no exercício do controle formal (ou na ausência dele), muitas vezes penaliza a vítima ao permitir o apagamento da identidade da mulher violada. Ela acaba sendo reduzida a um registro biotípico, estatístico ou a documentos públicos, esquecida como ser humano. Também investigo como a sociedade encara esses tipos de delitos.

Construído por ensaios, séries e singles, o projeto navega por esse universo que transcende culturas, línguas e geografias, com o intuito de criar um espaço onde o tema possa ser discutido sem receios.

ANNI DI SILENZIO

Esse projeto nasceu quase sem que eu percebesse, quase como um fio delicado da inconsciência. Não foi um projeto previamente traçado. Foi, antes, uma resposta íntima — cheia de gritos silenciosos — ao tempo em que o mundo, subitamente, parou.

Durante o ano de 2020, quando a pandemia nos forçou ao recolhimento, uma nova paisagem se revelou diante de nós: não do lado de fora, mas no interior de nossas próprias vidas. O chamado "isolamento social", esse termo técnico que tentou suavizar o peso do afastamento imposto, tornou-se um portal inesperado para um território pouco habitado — aquele da alma, da memória, das emoções não nomeadas. Um mundo interior que, por hábito ou urgência, havíamos deixado à margem.

Foi nesse silêncio espesso, entre dias suspensos e noites de inquietação, que percebi um movimento sutil acontecendo dentro de mim. Um convite — ou talvez uma convocação — para olhar com mais cuidado para os lugares esquecidos, para os sentimentos silenciados, para os símbolos que haviam se acumulado como relíquias em minha imaginação. Ao aceitar esse chamado, iniciei um processo de escavação delicada, quase arqueológica, em busca dos tesouros que a pressa da vida cotidiana havia soterrado.

As obras reunidas nesse projeto são frutos dessa travessia. São rastros visíveis de uma escuta profunda, de um tempo em que o fazer artístico não veio da urgência de produzir, mas da necessidade de existir com inteireza, de traduzir em formas e texturas aquilo que não cabia em palavras. Cada imagem, cada composição, carrega em si fragmentos dessa experiência de reclusão e revelação, de sombra e brilho, de perda e reencontro.

ANNI DI SILENZIO é um testemunho sensível de um período em que fomos todos lançados ao desconhecido — não ao mundo lá fora, mas ao vasto território que carregamos dentro.

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Madame Pagu_2025_anni di silenzio

MEUS SUPERPODERES

MULHERES TARJA PRETA, CONTRAINDICADAS, QUE CAUSAM DEPENDÊNCIA FÍSICA: NÃO HÁ DE VEZ EM QUANDO, TOMA-SE UMA DOSE JÁ DESEJANDO OUTRA.

- Fenanda Young

COISAS QUE VOCÊ NÃO VÊ

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MADAME PAGU

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