O QUE RESTOU
O ponto de partida para O QUE RESTOU foi um conjunto de fotografias antigas inglesas: retratos de famílias e casais em poses que exalam a esperança de outrora. Mas as imagens não escapam à erosão implacável dos anos. Então, em um gesto que não mirava a restauração, as fotografias foram transferidas para um novo suporte, e, depois, fixadas em tecido. O ato de costurar os fragmentos da foto sobre o tecido busca introduzir uma nova camada de investigação sobre as construções familiares e suas memórias. As linhas da costura, visíveis e táteis, são marcas como as cicatrizes e, ao mesmo tempo, adereços de uma felicidade pretendida, e da quase obsessiva necessidade de documentar os dias felizes, de criar provas visuais do bem-estar familiar.
O QUE RESTOU confronta o cotidiano e a tenacidade da memória física com a passagem do tempo e a construção de memórias.







