Escrever Zen: como a escrita pode transformar sua vida, segundo Natalie Goldberg
- Madame Pagu
- 5 de ago.
- 4 min de leitura
Tenho certeza de que, em algum momento da sua vida, você já sentiu vontade de escrever. Mas, depois, pensou: “isso não é para mim...”
Ficou elencando todas as crenças limitantes que nos acostumamos a colecionar, ficou pensando que para escrever talento, diploma ou uma história extraordinária.
Bem, estou aqui para te dizer que o livro Scrivere Zen, da escritora e professora Natalie Goldberg (no Brasil publicado sob o título Escrever com a Alma, publicado pela Editora Rocco), vai mudar a sua visão sobre a escrita.
Neste post, você vai entender como qualquer pessoa pode escrever, mesmo sem qualquer experiência, e descobrir 5 benefícios comprovados da escrita diária. Uma leitura especial para quem busca expressão criativa e uma nova forma de se conectar consigo mesma.
O que é Escrever Zen e por que ele é tão poderoso?
Scrivere Zen (título italiano ou Writing Down the Bones, no título original em inglês) é um clássico da escrita criativa. Mais do que ensinar técnicas, o livro oferece uma abordagem livre, intuitiva e transformadora da escrita.
Com base no zen-budismo e na prática da meditação, Natalie Goldberg propõe um caminho simples: escreva com liberdade, sem censura, sem julgamento e sem parar para corrigir ou mudar alguma coisa. Apenas escreva — como uma forma de presença, como forma de ouvir a si mesma.
Escrita criativa: sim, você pode escrever
Escrever não um privilégio. Não é preciso dominar gramática, nem ter uma história de Prêmio Pulitzer para contar. Aliás, lembre-se de que escrever a sua história também é uma forma de deixar rastros, de deixar um pouco de você para quem vem depois.
O que você precisa é de papel, caneta e zero medo para se encontrar nas palavras.
A prática da escrita, proposta pela autora é uma forma de acessar partes de si que muitas vezes ficam silenciadas. É uma ferramenta de clareza sobre a jornada de vida que estamos trilhando, e de reconhecimento dos próprios valores.
Para a autora, você pode escrever sobre o que vê da janela, sobre como se sente hoje, sobre uma memória da infância. O conteúdo não importa tanto quanto a prática. No livro a autora nos incentiva a escrever todos os dias, mesmo que por 10 minutos.
Benefícios da escrita segundo Natalie Goldberg (e a ciência)
1. Autoconhecimento profundo
Escrever com regularidade ajuda a identificar padrões, emoções e desejos escondidos. É um espelho íntimo. No início pode dar um certo receio, mas acredite, vale a pena o percurso.
2. Redução do estresse e da ansiedade
A escrita funciona como um desabafo silencioso. Organiza pensamentos e acalma a mente. E é claro que, aqui, quero incentivar que você escreva à mão. Existem zilhões de pesquisas realizadas pelo mundo afora que relatam as atividades complexas e superpositivas realizadas pelo nosso cérebro quando escrevemos à mão. Então deixe de lado o celular e o computador por uns minutos e experimente a incrível sensação de estar em contato com um caderno e uma caneta para contar a sua história.
3. Desenvolvimento da criatividade
Mesmo quem acha que “não é criativa o bastante para escrever” acaba desbloqueando ideias e imagens poderosas através da escrita livre. Outra crença limitante é achar que a sua caligrafia é feia, ou que escrever à mão é muito mais lento que no computador. Olha, não existe isso de caligrafia feia. Aliás, a caligrafia é um traço pessoal muito importante de todas nós, ela diz muito sobre quem somos. E se você acha que pode melhorar a forma como escreve, busque por livros e sites que te ensinam sobre caligrafia e lettering. Tenho certeza de que você vai se divertir muito testando diferentes canetas e papéis. E com a prática, a questão de escrever mais velozmente também será resolvida. Pode confiar.
4. Mais foco e presença
Ao escrever com atenção plena, você treina seu cérebro para estar no agora — como em uma meditação. Escrever, como qualquer outro exercício manual nos coloca em um estado de atenção e presença muito forte e coeso. Quem ativa a própria manualidade, inclusive a escrita, acaba encontrando um tipo muito potente de “dopamina” (leia-se: controle do movimento, a sensação de prazer, a motivação, a cognição e a regulação do humor). Meu amigo Yuri Bittar fala muito bem sobre mindfulness, em seus cursos sobre fotografia contemplativa e se juntarmos a fotografia, ou outra técnica artística à escrita, os benefícios serão potencializados.
5. Resgate da própria voz
Mulheres passam anos calando emoções e vontades. A escrita é um canal direto para recuperar a própria voz. E olha, se você não quiser, não precisa mostrar para ninguém o que escreve, até porque você não está iniciando nessa maravilhosa jornada da escrita livre para ter aprovação de alguém. Você está nessa jornada porque quer lembrar quem é, entender os valores e princípios que regem a sua vida, olhar com mais vagar como lida com o mundo lá fora e descobrir como respeitar a si mesma pode ser uma das coisas mais importantes do mundo. E, depois de tudo isso, se você resolver publicar seus textos, me avisa, vou ser a primeira a comprar o seu livro.
Como começar sua prática de escrita com inspiração no livro Scrivere Zen
Reserve 10 minutos por dia para escrever sem parar.
Use um caderno exclusivo para isso (nada digital).
Não corrija, não apague, não releia.
Escreva o que vier — mesmo que pareça bobo ou sem importância.
Como diz Goldberg:
"Escreva como se sua vida dependesse disso. Porque depende."
A escrita é um caminho de volta para si mesma
Eu decidi compartilhar com você as minhas impressões sobre o livro Scrivere Zen porque ele não é um manual técnico, e, justamente por isso, é acessível a qualquer pessoa.
O livro, na verdade, é um lembrete de que todo mundo pode escrever — inclusive (e especialmente) você. Seja para se expressar, para criar ou simplesmente para se ouvir.
Se você está em busca de um hábito simples e transformador, comece escrevendo HOJE.
A página em branco pode ser o início de um novo capítulo na sua vida.
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com carinho,

PS. Um beijinho especial para Evelyn, que está se apaixonando pela ideia de escrever.
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