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CASTELOS DE AREIA

Atualizado: 23 de set.

Um pouco da memória de quem fomos



Lembra daquele dia na praia, quando você era apenas uma criança? Tinha o sol que fazia você espremer os olhos, o carrinho do sorveteiro, o guarda-sol colorido, a esteira de palha, as pazinhas de plástico para castelos de areia.


Você esperava com ansiedade o momento de entrar no carro para ir ver o mar. Quase não continha a ansiedade: “Pai, já chegou?”


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E depois, descia do carro e corria para a areia. Tinha sanduiches frescos, o refrigerante, o protetor solar. Ou você é do tempo que se usava óleo bronzeador? Tinha o barulho do mar, o baldinho de plástico vermelho que você enchia de água salgada para encher o lago diante do castelo que você construiu com esmero, e que ficou lindo, lindo, até que seu irmão resolveu jogar bola e acertou em cheio a torre principal.


Nós somos cheias de histórias, de memórias que guardamos com carinho em algum lugar dessa máquina preciosa que é nossa mente vasta. Talvez você não tenha visitado com muita frequência essas lembranças nos últimos tempos, mas elas estão todas lá.


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Talvez você, lendo esse texto, tenha vontade de buscar as fotos antigas que estão perdidas em alguma caixa de sapato no seu sótão ou em alguma prateleira empoeirada da sua estante de memórias.


Sempre penso em como as memórias fazem parte de nossa história, como cooperam para construir a pessoa que somos hoje e que seremos amanhã: porque estamos em eterna mutação. Sempre. Já não somos quem fomos há vinte anos. Não seremos o que somos hoje. Vamos criando nossa estrada a cada passo, guardando no peito as coisas boas do caminho, olhando com olhos curiosos as novas paisagens.


Mas o que ficará – de verdade – sobre quem fomos quando não estivermos mais aqui?

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Pensar sobre nosso legado também é parte de quem somos. Não só pelo que realizamos, mas – principalmente – pelas pessoas que conquistamos.


Algumas delas vemos de relance, ao longe, durante nossa caminhada. Outras nos acompanham por um tempo ao longo do caminho. E poucas - muito poucas - vão conosco, de mãos dadas até o fim.


Então o que deixamos?


Que tipo de emoções cultivamos nessas amizades, nesses relacionamentos? Como semeamos nossos afetos?


A vida em boa companhia me parece muito melhor.


E construir castelos – mesmo os de areia – ao lado de quem amamos fortifica laços, dá sentido à vida e traz felicidade.


Porque não se pode partilhar nada se não estivermos em companhia: somos pessoas melhores quando compartilhamos experiências (não importa o tamanho ou a importância delas).


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E visitando as memórias de um dia ensolarado de domingo na praia, você também visita a si mesma, se lembra de seus sonhos da época, da vontade de ser astronauta ou médica. E pode sentir o sabor do sorvete que gelava seus dentes com gostinho de limão, da areia que fazia cócegas entre os dedos do pé. E do sorriso do seu pai que te levava para o mar e segurava a tua mão quando a onda vinha.


Com quem você tem construído seus castelos?



com carinho,


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MADAME PAGU

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